sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Especial Lacrimosa: Álbuns de Estúdio (Einsamkeit 1992)


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                O primeiro álbum lançado, fisicamente pelo Lacrimosa é para muitos a continuação de seu antecessor Angst de 1991, porém nesse trabalho, notamos que Tilo Wolff (ainda solo), explora alguns caminhos novos para a sua música.

                Pela primeira vez, o Lacrimosa se tornou uma banda de verdade, pois no álbum anterior Tilo Wolff era quem tocava todos os instrumentos. As composições melancólicas, no entanto, continuaram sendo totalmente de sua autoria. A banda contava, além dele, com Philippe Alioth no piano e teclado (função que dividia com Tilo), Roland Thaler na guitarra, Stelio Diamantopoulos no baixo e Eric the Phantom no violino, além do uso de sintetizadores e bateria eletrônica programados por Tilo. Data da época desse álbum as primeiras apresentações da banda, escreveu Rafael Lemos para o Whiplash.

                Confesso que pra quem os escreve, esse álbum possui uma das minhas músicas favoritas do Lacrimosa e também uma das que eu menos ouvi em todos os meus 12 anos que acompanho a banda. Loblied auf die Zweisamkeit me traz uma atmosfera agonizante, mesmo para o padrão dos álbuns que já vimos, é uma das canções que me trazem uma energia ruim, e por esse motivo eu evito escutar ela. (Sim existem músicas do Lacrimosa que apenas, não ''gostamos''), já em contra partida o álbum entrega Diener eines Geistes, que eu não sei descrever se a versão do álbum, do single, ou ao vivo é a melhor, só sei que é um ''surto'' coletivo quando essa música toca nos encontros ou em qualquer especial que já freqüentei.

                Além disso o álbum conta com Bresso (a música mais melancólica do Lacrimosa na minha opinião) e Tränen der Sehnsucht - Part I and II, que podemos ser agraciados com apresentações ao vivo, que modificaram por inteiro a música ao longo dos anos, sendo meu registro preferido o do Live History.

             Sem mais delongas, precisamos e necessitamos falar sobre a faixa título, Einsamkeit: Uma música de um circo decadente inicia a faixa título, uma das melhores letras da banda, abordando de maneira poética solidão, escreveu o 80 Minutos.

                O álbum flui maravilhosamente ao som dos teclados que levam seu tempo para desdobrar sua doce melodia que me lembra os sons de um parque de diversões. À medida que a música continua, os teclados desaceleram acompanhando os cantos serenos de Tilo Wolff para lentamente trazer de volta ao primeiro plano a melodia do arco da música com algumas pequenas mudanças, escreveu a Metal Storm.

                Já em Reissende Blicke, as melodias do teclado como cores cinzas em um retrato sombrio pintam a paisagem sonora com sons lúgubres que acompanham a interpretação descritiva e desesperada de Wolff, que se torna mais intensa conforme as melodias do teclado e do piano lentamente se transformam em mais carregadas de emoção, aumentando a música - a maneira como Tilo grita de cima em o início da música enquanto as melodias do teclado o acompanham ainda me assombra finaliza a Metal Storm. Essa música possui um registro maravilho no Live History, e só voltou ao Setlist da Banda, nos shows comemorativos de 25 anos, em 2016.

               Uma curiosidade é que a faixa título Einsamkeit junto com Loblied auf die Zweisamk fazem parte das músicas nunca executadas pelo Lacrimosa, assim. No seu trabalho anterior até 2020, tínhamos Tränen der Existenzlosigkeit que foi executada pela primeira vez no show Online realizado. Tirando Lacrima Mosa todas as músicas do Angst já foram executadas, será que um dia teremos isso com o Einsamkeit?

                Opiniões dos fãs:

Yasmin Amarante: Chega então a hora de encararmos a solidão.Mais uma vez, o arlequim triste está no centro da ação, contemplando aquilo tudo que se acabou, ficando sentado no chão com a cabeça entre as mãos.É melancólico conter as lágrimas de saudade (Tränen der Sehnsucht), ou é melhor deixá-las correr livremente?Embora a esperança mal fosse perceptível no medo (Angst), a vemos mais presente neste trabalho icônico.E isso tanto liricamente quanto musicalmente.O Lacrimosa mostra uma faceta mais ampla. Um olhar melancólico que descreve a sensação de ser apenas o protagonista de sua própria vida, de olhar para ela de fora como um espectador.A alegre música de parque de diversões da canção-título Einsamkeit mostra a trágica turbulência da vida, com sua faceta alegre porém com uma letra depressiva e profunda.Tilo mostra dessa vez uma sonoridade mais dura, agitada com guitarras agudas em Diener Eines Geistes. Um réquiem triste mas atmosférico em Loblied auf die Zweinsamkeit, que nos faz questionar o próprio ser.E não deixemos de lado a memorável Bresso, em que o violino triste ao lado de um piano marcante enfatiza o clima de perda, ao som das lágrimas nítidas que nosso maestro não consegue conter.Após 45 minutos da experiência mais intensa, estamos novamente atordoados, nos sentindo oprimidos pelos sentimentos que Tilo descobriu em nossa alma, nos mostrando a solidão tão severa porém tão familiar em nossas vidas.

Karina Bruschi Pinotti: Para mim esse álbum é como o Angst parte 2, apesar de ter a trilogia "Angst, Einsamkeit e Satura" eu acho que o Angst e Einsamkeit combinam completamente em tudo: sonoridade, letras e etc, diferente do Satura que já se nota uma transição para algo novo e diferente. Einsamkeit e a música ''Einsamkeit" seriam meus favoritos se não fosse o Fassade e Der Morgen Danach. Durante muito tempo...e em alguns momentos mesmo hoje em dia... esses dois álbuns Angst e Einsamkeit foram os que mais me fazem sentir compreendida, são com os quais mais me identifico referente as letras e o sentimento passado e principalmente o Einsamkeit, posso dizer que é o número 1 sobre "quem eu sou e como me sinto". Tanto que esse álbum e música foram a minha inspiração para o meu projeto musical #EinsamKunst, que era para se chamar Einsamkeit mas já existia uma banda com esse nome. E falando mais do Einsamkeit... a capa representa uma das maiores inspirações do Tilo "chaplin" o desenho foi inspirado em uma cena final de um filme dele...isso foi confirmado pelo próprio Tilo. É uma obra incomparável.

Roxi Solange Wolff: Einsamkeit...mmmm... Interesante aun recuerdo la portada del Cd impresa en papel autografiada por Tilo, Anne y todos los demas es mi mas grande tesoro.. Con respecto al Cd no es tanto como Angst a diferencia representa para mi, el tener gente a tu alrededor pero realmente sentirse solo.

Felipe Rocha Rodrigues: Einsamkeit é algo misterioso. Não sei se foi proposital da parte do Tilo, mas ele, pra mim, parece conseguir se isolar do álbum Angst - para não falar do Satura. Tenho essa sensação, mas o acho lindo. Tränen Der Sehnsucht tem uma abertura melancólica e linda e um refrão marcante. Nela também seremos apresentados pela primeira vez a guitarras! Reissende Blicke é extremamente profunda. Ela tem aqueles momentos Seele In Not, mas me faz pensar também na Tränen Der Existenzlosigkeit, aquela sensação de tempestade se aproximando - talvez proposital, para dar sensação de continuidade. O que dizer de Einsamkeit? Faço minhas as palavras do Rodrigo Santromipo II quanto à descrição da mesma. Porém, ressalto o quanto "arlequim" é essa faixa, pois é uma faixa com traços circenses... sobre a solidão. Genial. Diener Eines Geistes é outra surpresa, pois somos apresentados a uma faceta nova no sentido do instrumental. Agitada. Agora mais evidente se torna o fato de que temos uma banda aqui, falo me referindo a termos bateria, baixo e guitarra. Bela surpresa! Contudo, apesar de o album ter se tornado alegre (alguns diriam) Loblied Auf Die Zweinsamkeit nos lança na melancolia. Um requiem, eu diria, ainda mais com os sons e cantos sacros apresentados após meia música. Ah, eu gosto muito disso... ainda mais aquele "crescendo" que nos levará para o fim da mesma. Bresso, a tão querida Bresso. Dispensa apresentações. Tilo fecha o álbum com classe e outra vez ousando, nos entregando algo que difere muito das demais... e os violinos? Ah, sublimes! Lindos! Einsamkeit pode soar meio apagado em momentos, mas é um álbum maravilhoso!

Rodrigo Santromipo II: Einsamkeit é um registro bastante interessante, que apesar de não ser dos meus preferidos, é um disco que gosto muito de ouvir principalmente pelo fator evolutivo da produção. Nele o instrumental está bem mais polido que no disco anterior, nisso deixando bem mais nítido os detalhes das composições. Logo de cara ele já apresenta solos melódicos lindíssimos com a Tränen Der Sehnsucht (Part I&II). O clima circense da faixa título é bem divertido, e com certeza chama atenção dos amantes de música Folk. Outra que gosto muito é a Diener Eines Geistes, que revelava o gosto do Tilo pelo Metal com seus riffs cortantes. Em resumo, é um disco que vale a pena ter na coleção, pois ainda mantém o clima sombrio do Angst, mas desta vez apresentando mais além da tristeza e da melancolia do disco de estréia do Lacrimosa.

Henrique Oliveira: Assim como a Karina Bruschi Pinotti citou, o Einsamkeit possui uma conexão com o Angst, pois traz a mesma ambientação nas letras, melodias e detalhes de seu antecessor. A cada obra apresentada, Tilo mostra um crescimento / evolução, tendo como prioridade tais elementos aprimorados, novos recursos e a essência do Lacrimosa.

Fonte: Whiplash 80 Minutos Metal Storm Canal Lacrimaniacos Facebook Lacrimaniacos Brasil


2 comentários:

  1. Estar entre fãs é maravilhoso. Falar sobre algo que amamos com quem também ama aquilo que amamos. Sem mais! Ver as opiniões, saber como as pessoas também são afetadas pelo Lacrimosa é único!

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  2. A ideia desse projeto é exatamente essa Feh! Chamar os fãs para um discussão sadia, para que possam mostrar sua opinião em relação ao trabalho do Lacrimosa! Obrigado por sempre contribuir.

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