URR: Nessa época do Corona Virus, muitas bandas optaram por se apresentar na internet, você acredito que em um momento futuro, festivais e shows ao vivo serão substituídos por apresentações em streamings?
TW: Não substituídos, mas como um acréscimo, acredito que os programas de streaming têm seu futuro. Claro, as pessoas querem e precisam se reunir. Todos nós sentimos agora como é triste não podermos ficar juntos. Somos criaturas sociais e precisamos rir, chorar e festejar uns com os outros. Por isso acredito que os shows ao vivo vão voltar. Por outro lado, é uma grande possibilidade de unir os fãs de todo o mundo em um show de streaming, além disso, você pode tocar para pessoas que não têm chance de assistir a um show. Veja o Lacrimosa no Brasil, ate agora só tivemos a chance de tocar em São Paulo, mas o Brasil é inacreditavelmente grande e uma grande parte do nosso público brasileiro não tem chance viajar a São Paulo para ver nossos shows. Para eles, um show de streaming transmitido ao vivo de seu próprio pais para suas salas de estar seria algo ótimo.
URR: Como você tem estado durante a quarentena na Suíça? As coisas parecem estar voltando ao normal, certo? O que você fez para passar o tempo sem enlouquecer?
TW: Na verdade as coisas não estão voltando ao normal aqui,mas não tenho chance de ficar louco porque essa situação me mantém mais ocupado do que em tempos normais. A cada duas ou três semanas surgem novas regras, o que significa que temos que reinventar as estruturas de nossa gravadora e bandas repetidas vezes. Alguns morrem de tédio, outros de trabalho, então todos temos nossos problemas.
URR: Zeitreise é uma viagem ao passado, presente e futuro, canções novas e antigas em uma única coleção, foi difícil escolher todas as canções de diferentes épocas em ordem cronológica? Imagino que cantar alguns deles na última turnê também foi um desafio e uma mistura de emoções.
TW: Sabe, para mim teria sido quase impossível escolher certas músicos enquanto deixava outras para trás. Feliz mente, há algum tempo, fiz uma pesquisa com o público mundial que agora me deu as informações básicas para montar este álbum. É lindo ouvir esse álbum porque basicamente é um álbum escolhido por um fã do Lacrimosa.
URR: Falando em fãs do Lacrimosa na América do Sul e no México em qual pais você tem a impressão de que o número de fãs e maior?
TW: Nossa, isso é difícil de dizer, nunca pensei nisso. Só posso dizer com certeza que a relação do Lacrimosa com todo o público latino-americano é muito, muito estreita. Eu realmente acredito que podemos dizer: E amor dos dois lados!
URR: Lacrimosa já esteve no Brasil 7 vezes, quais lembranças você guarda ao longo dos anos e se há alguma história inusitada de que você viveu no Brasil? Algo que te deixou surpreso?
TW: Sim, incrível, sete vezes já fomos abençoados com o convite para o Brasil. Só isso já é tão especial e maravilhoso! Mas é claro que a ligação mais forte e bonita que temos com o Brasil é o fa-clube Lacrimaniacos! Eles são as pessoas mais gentis e comprometidos e é sempre um prazer conhecê-los e acompanhar online suas atividades e suas realizações!
URR: Algumas bandas vêm fazendo turnés mundiais de despedida. Você acha que chegará o momento em que Lacrimosa poderá fazer a mesma coisa?
TW: Nossa, você acha que é hora disso? Bem, eu não acho,portanto, a próxima turnê não será uma turnê de despedida.
URR: Ah que alivio ouvir isso! Por fim, deixe uma mensagem para seus fãs brasileiros.
TW: Meus queridos, penso muito em vocês porque lemos manchetes preocupantes sobre o Brasil durante o Covid na mídia. Claro que nunca sabemos o quanto é verdade e o quanto não é, e também nos aqui na Europa temos um sofrimento devastador, mas antes dessa pandemia havia muito sofrimento no Brasil e com preocupações eu penso em como vocês podem estar hoje e como te sentes. Só todo o meu carinho para vocês e realmente espero poder encontrá-los pessoalmente era breve e celebrar belos momentos com todos vocês novamente! Obrigado ao fãs pela sua amizade e amor!
Fonte: https://www.yumpu.com/pt/document/read/65815186/underground-rock-report-edicao-15-julho-2021